14/9/2017, Ariel Dorfman,* Tom Dispatch
Os organizadores da reunião de suprematistas brancos em Charlottesville mês passado sabiam bem o que estavam fazendo quando decidiram carregar tochas em marcha noturna para protestar contra a derrubada de uma estátua de Robert E. Lee. Aquelas chamas dentro da noite visavam a evocar memórias de terror, de marchas passadas movidas a ódio e agressão puxadas pela Ku Klux Klan nos EUA e do Freikorps de Adolf Hitler na Alemanha.
Os organizadores queriam transmitir um 'aviso' aos que assistiam à marcha: essa violência passada, perpetrada em defesa do "sangue e solo" da raça branca, pode ser novamente mobilizada e usada nos EUA de Donald Trump. De fato, logo no dia seguinte, naquele fatal 12 de agosto, os mesmos fanáticos nacionalistas dispararam uma orgia de brutalidade que levou à morte de três pessoas e ferimentos em muitas mais.
Milhões em todos os EUA e no mundo horrorizaram-se e revoltaram-se contra aquela marcha de tochas. No meu caso, as tochas dispararam profundas lembranças pessoas de outras tochas que arderam soturnamente muitas décadas atrás, longe dos EUA ou da Europa Nazista. Assistindo a tomadas das fogueiras que incendiaram o meu país, o Chile, nos dias que se seguiram ao golpe de Estado do general Augusto Pinochet, dia 11 de setembro de 1973 – aquele "primeiro 11/9" que, com ativo apoio de Washington e da CIA, derrubou o governo de Salvador Allende eleito pelos chilenos.
O povo chileno votou e elegeu Allende à presidência do país, três anos antes, o que lançou um experimento democrático excepcional, de mudança social pacífica. Teria sido tentativa sem precedentes de construir o socialismo pela via eleitoral, baseado na promessa de que uma revolução não teria de matar ou silenciar os inimigos, para ser bem-sucedida. Foi emocionante ter podido viver os mil dias do governo Allende. Naquele breve período, uma nação mobilizada assumiu o controle sobre seus recursos naturais e seus sistemas de comunicações, tomando-os de empresas multinacionais (principalmente norte-americanas); grandes glebas foram redistribuídas para os mesmos camponeses que trabalhavam ali em situação bem próxima da servidão; os empregados dos bancos assumiram o controle de suas instituições bancárias nacionalizadas, que antes haviam pertencido a ricos grupos financeiros.
Com o país inteiro arrancando dos próprios pés e mãos as cadeias que até ontem o subjugava, também intelectuais e artistas viram-se desafiados. Estávamos ante a tarefa de encontrar as para o que tinha toda a aparência de realidade nova, jamais vista. Nesse espírito, o sociólogo belga Armand Mattelart e eu escrevemos um livreto ao qual demos o título de Para Ler o Pato Donald. Foi escrito como resposta a uma necessidade muito prática e objetiva: as estórias dos veículos de leitura de massa que os chilenos consumiam, o modo como viviam e como fantasiavam as circunstâncias da vida diária nem de longe correspondia à extraordinária nova situação no próprio país deles. Aquela leitura então disponível, a maior parte da qual diretamente importada dos EUA e que se repetia em todos ou tipos de veículos (revistas em quadrinhos, revistas de atualidades, TV, rádio), tinha de ser criticada. E era necessário expor os modelos e valores que disseminavam – sempre mensagens codificadas de ganância, dominação e preconceitos de todos os tipos.
Se havia empresa que, só ela, incorporava a mais avassaladora influência que os EUA exerciam – não só no Chile, mas em tantas outras terras então conhecidas como "Terceiro Mundo" – era Walt Disney Corporation.
Hoje, além dos muitos parques 'temáticos' que levam o mesmo nome, a marca Disney conjura infinidade de princesas Pixar, avatares de carros e aviões, contos de angústias da adolescência e pirataria no Caribe. Mas no Chile, no início da década dos 1970s, a influência da empresa Disney se exercia muito ampla e fortemente numa torrente de revistinhas cômicas vendidas a baixo preço e que se encontravam à venda em todas as bancas de jornais e revistas. Armand e eu resolvemos focar-nos nessas revistinhas e, especialmente, no personagem que nos pareceu o mais simbólico e popular de todos os seres nativos do universo Disney.
Que melhor modo de expor a natureza do imperialismo cultural norte-americano, que desmascarar o aparentemente mais inocente e bem construído dos personagem de Walt Disney, mostrar as atitudes muito autoritárias que a cara sorridente de um pato falante podia contrabandear para dentro de corações e mentes do Terceiro Mundo?
Rapidamente descobrimos que ataque contra Disney geraria reação – e não seriam sorrisos de compreensão.
Asse o autor, não o pato
Para Ler o Pato Donald (em espanhol, Ed. Siglo XXI, Mexico, grátis), publicado no Chile em 1971, rapidamente viroubestseller. Dois anos adiante contudo, padeceria o mesmo destino da revolução e do povo que sustentara aquela revolução.
O golpe militar de 1973 levou a repressão selvagem contra quem se atrevesse a sonhar com outro mundo e existência alternativa: execuções, tortura, perseguição, exílio, e, sim, também queima de livros. Centenas de milhares de volumes viraram chama, depois cinzas.
Entre eles, também o nosso livro. Poucos dias depois da derrubada da duradoura democracia chilena pelos neofascistas, eu estava vivendo num abrigo clandestino quando vi, pela televisão, uma cerimônia de queima de livros, com soldados jogando livros a uma pira – entre aqueles livros, vi nosso Para Leer o Pato Donald. Para mim, a cerimônia inquisitorial não foi completa surpresa. O livro tocara algum nervo sensível da direita chilena. Mesmo antes do golpe, escapara por pouco de ser atropelado por um motorista irado, que gritava "Viva o Pato Donald!" Um camarada salvou-me por pouco, de ser espancado por um grupo de antissemitas, e a casa modesta em que vivíamos minha esposa, eu e nosso filho pequeno, Rodrigo, fora alvo de protestos. Crianças das vizinhanças desfilavam cartazes denunciando a violação da inocência delas, culpa de Mattelard e minha; e os pais e mães quebraram os vidros da sala a pedradas.
Mas ver seu próprio livro ardendo numa pilha em chamas, na televisão da sala, era diferente. Eu assumira erradamente – assunção que até hoje, já vivendo nos EUA do Pato Donald, ainda acho difícil apagar –, que depois das fogueiras infames dos nazistas em maio de 1933, onde arderam toneladas de volumes ditos subversivos e "antialemães", atos semelhantes seriam considerados repreensíveis demais para serem praticados nas ruas. Pois 40 anos depois das piras nazistas, os militares chilenos re-encenavam a mesma velha fúria e perversão pela via mais flagrante. E claro que as piras me fizeram ver claramente, do modo mais alarmante, um fato simples daquele momento: dado o destino público que meu livro estava tendo, os perpetradores certamente agiriam com a mesma virulência contra o autor do livro. A experiência sem dúvida contribuiu para que eu, embora relutantemente, obedecesse ordens do movimento de resistência chilena na clandestinidade, para que saísse do país e passasse a ajudar na campanha, no exterior, contra o general Pinochet.
Do exílio, eu veria nosso país tornar-se laboratório para a terapia de choque dos Chicago boys, grupo de economia comandados por Milton Friedman, todos ansiosos por aplicar as estratégias econômicas do mais brutal capitalismo delaissez-faire que conquistaria a Inglaterra e os EUA também, nos anos Thatcher e Reagan. Essa gente, claro, ainda reina suprema entre conservadores de todo o mundo, especialmente entre os plutocratas que cercam Donald Trump. Na verdade, muitas das políticas instituídas e das atitudes que se viram nos anos do pós-golpe no Chile seriam testes para os modelos da era Trump: nacionalismo extremo, absoluta reverência à lei e à ordem, desregulação selvagem do business e da indústria, nenhuma atenção à segurança do emprego, abertura das terras do Estado para extração e exportação ilimitadas e descontroladas, proliferação de escolas privadas e a militarização da sociedade.
A tudo isso é preciso acrescentar mais traço crucial: o mais furioso anti-intelectualismo e ódio às "elites" o que, no caso do Chile em 1973, levou a queimarem livros como o nosso.
Levei para o exílio aquela imagem de nosso livro em chamas. Tínhamos querido assar Disney e o Pato. Em vez disso, o Chile, como o próprio livro, foi consumido numa conflagração que parecia não ter fim. Que os conspiradores militares e seus mestres oligárquicos civis tenham sido financiados e ajudados pelo governo dos EUA e pela CIA; e que o presidente Richard Nixon e seu Conselheiro de Segurança Nacional Henry Kissinger tenham trabalhado para desestabilizar e derrubar todo o experimento Allende só acrescentou um amargo sabor de derrota à supressão de nosso livro (e assim a nossa crítica ao país deles e sua ideologia). Tínhamos nos sentido tão seguros de que nossas palavras – e as marchas dos trabalhadores nas ruas que as estimularam – seriam mais fortes que o império e seus acólitos. Até que o império contra-atacou, e lá estávamos nós, assados.
Contudo, embora muitos e muitos exemplares de Para Ler o Pato Donald tenham sido destruídos – toda a 3ª edição do livro foi lançado ao mar, na Baía de Valparaíso por marinheiros da Marinha de Guerra do Chile –, e como se viu entre os nazistas e também na Inquisição, livros são objetos difíceis de destruir mesmo, completamente. O nosso, de fato, já estava sendo traduzido e publicado em vários países, no preciso momento em que estava sendo queimado no Chile. Como resultado Armand e eu acalentamos a esperança de que, ainda que Para ler o Pato Donald não pudesse circular no país onde nascera, a versão traduzida pelo crítico de arte David Kunzle poderia, pelo menos, penetrar no país natal de Walt Disney.
Rapidamente ficou bem claro, contudo, que Disney também era mais poderoso do que havíamos previsto. Nenhum editor nos EUA queria expor-se ao risco de editar nosso livro, porque nós havíamos produzido – obviamente sem autorização – várias imagens das revistinhas de Disney para demonstrar e comprovar nossas ideias, e a empresa de Walt era (e continua a ser) conhecida por defender suas marcas e personagens com cobertura por copyright e uma gigantesca armada de advogados e ameaças.
De fato, graças à Disney Corporation, quando 4 mil exemplares de How to Read Donald Duck [em inglês, sempre se lê How to read... [Como ler], em vez de Para Leer... (esp.) (NTs)], impressos em Londres, chegaram importados aos EUA em julho de 1975, toda a carga foi confiscada pelo Departamento do Tesouro. O Customs Service’s Import Compliance Branch dos EUA classificou a edição como "ato de cópia pirata" e providenciou para "deter", "confiscar", "tomar" e "manter sob custódia" todos os livros, nos termos da Lei do Copyright (Título 17 U.S.C. 106). As partes envolvidas na disputa foram chamadas para apresentar alegações com vistas à decisão final sobre o destino do livro.
O Centro de Direitos Constitucionais assumiu nossa defesa e, por incrível que pareça, liderado por Peter Weiss, conseguiu derrubar a muralha dos soldados advogados de Disney. Dia 19/6/1976, Eleanor Suske, diretora do setor de importações da Aduana dos EUA escreveu que "os livros não constituem cópia pirata de nenhum produto coberto por direito autoral arquivado nessa Aduana".
Como o filósofo John Shelton Lawrence registrou no artigo que escreveu sobre o incidente em Fair Use and Free Inquiry, havia uma 'pegadinha' escondida nessa "vitória", "uma brecha grave na determinação final da Aduana." Ao aludir a uma lei antiga, do século 19, como justificação, a sentença autorizava a entrada de apenas 1.500 exemplares do livro, o que impediu que muitos leitores norte-americanos conhecessem o texto e convertendo em itens de colecionadores aquelas poucas cópias autorizadas.
Uau! Apareceu outro Donald!
Passaram-se mais de 40 anos desde aqueles dias e só agora, por incrível que seja, nesse momento Trumpiano, o texto dePara ler o Pato Donald está finalmente sendo publicada na terra de Disney. É parte de um catálogo que acompanha um exposição no MAK Center for Art and Architecture em Los Angeles.
Não nego, de modo algum, que, tantos anos depois, muito me alegra ver que prossegue a vida útil de um livro que já foi condenado ao fogo, ainda mais por o "nascimento" dele nesse país acontecer em área bem próxima da Disneyland ou, o que também é verdade, bem próxima do túmulo no Cemitério Forest Lawn onde jazem os restos cremados do próprio Walt. (Não, o homem não foi criogenicamente congelado, como reza uma lenda urbana.)
Não menos importante para mim, nosso tão castigado livro chega aos EUA no exato momento em que os cidadãos, animados pelo mesmo tipo de nativismo e de xenofobia que recordo no meu próprio Chile, enquanto reinou o general Pinochet, elegeram à presidência outro Donald – muito mais assemelhado ao Tio Patinhas, do que ao seu sobrinho universalmente conhecido – porque o homem prometeu "construir o muro" e "fazer os EUA grandes outra vez". Estamos evidentemente num momento em que predomina a ânsia por voltar ao tempo daquela América supostamente descomplicada, imaculada e inocente daquelas revistinhas do Pato, tempo que o pobre Walt um dia imaginou que seriam eternos e cuidou de eternizar para os EUA. Essa ânsia enche Trump e tantos de seus seguidores de insopitável nostalgia.
Muito me intriga que nossas ideias, forjada no calor e nas esperanças da revolução chilena, tenham afinal chegado aos EUA precisamente quanto alguns norte-americanos já novamente retomam as tochas, como as que consumiram nosso livro, enquanto milhões de outros norte-americanos perguntam-se a si mesmos que condições puseram Donald Trump no Salão Oval, de onde ele pode soprar e fazer aumentar as chamas do ódio. Não sei se haverá qualquer coisa que meus hoje concidadãos norte-americanos possam aprender de nossas antigas avaliações da ideologia profunda desse país. Será possível ler um segundo Donald, em Como Ler o Pato Donald?
Com certeza, muitos dos valores que empalamos naquele livro – cobiça, ultracompetitividade, sujeição das raças de pele escura, um sentimento muito arraigado de suspeição e de descaso em relação a estrangeiros (mexicanos, árabes, asiáticos), tudo isso entretecido num credo de felicidade inalcançável – animam muitos dos entusiastas de Trump (e não só eles). Mas esses são hoje os alvos óbvios. Talvez o mais crucialmente importante hoje seja o pecado mais norte-americano, que habita o coração dos norte-americanos ainda sem qualquer crítica ou exame e que aparece naquelas revistinhas da Disney: uma crença numa inocência norte-americana essencial, na absoluta excepcionalidade, na singularidade ética e no destino manifesto dos EUA.
Naquele tempo, tudo isso significava (como ainda hoje significa, em grande parte) a incapacidade para reconhecer a própria história, do país que Walt exportava em estado de virgindade imaculada. Ponha fim àquele apagamento geral e à amnésia recorrente de tudo que tenha a ver com as transgressões e a violência passadas (o escravizamento de negros, o extermínio de nativos, os massacres de trabalhadores grevistas, a perseguição e deportação de estrangeiros e rebeldes, todas essas aventuras imperiais e militares, invasões, anexações em terras estrangeiras, e uma cumplicidade inabalável com ditadores e autocracias por todo o planeta), e a visão de mundo imaculado que Disney promoveu cai aos pedaços. E abre-se espaço para país outro, nem diferente, afinal aparecer.
Embora tenhamos tomado Walt Disney e suas revistas em quadrinhos como nosso objeto, essa crença fundamente enraizada na inocência dos EUA não é característica exclusiva só dele e delas.
Considere-se por exemplo a recente decisão tomada pelo quase sempre admirável Ken Burns, aquele cronista da quintessência das profundezas e superfície de Americana, de lançar seu novo documentário sobre a Guerra do Vietnã, intervenção desastrosa e quase genocida numa terra distante, mas que Burns insiste em dizer que teria sido "iniciada de boa fé por gente decente"; e que teria sido "fracasso", não "derrota."
Tomem essa evidência como pequena indicação de o quanto será difícil livrar-se da ideia profundamente enraizada de que os EUA, apesar dos defeitos, é força inquestionavelmente benéfica para o mundo. Só EUA que continuem a lambuzar-se nessa mitologia de inocência, de um excepcionalismo e virtude dados por Deus e destinados a governar o mundo conseguiriam produzir uma vitória de Trump. Só um reconhecimento de o quanto essa inocência é malevolente e de o quanto torna todos cegos conseguirá abrir caminho para compreensão mais plena das causas da ascendência de Trump e do controle quase hipnótico que mantém sobre aqueles dos quais se fala hoje como "a base" de Trump.
Minha pequena esperança: que nosso livro, que já foi reduzido a cinzas por ato de um golpe apoiado por uma CIA absolutamente não inocente, consiga participar, mesmo que minimamente, na renovação dos EUA, com seus melhores anjos procurando no espelho da história pelas causas que levaram à debacle atual.
Mas há um aspecto de Para Ler o Pato Donald que pode contribuiu de outro modo para a busca na qual estão hoje engajados muitos patriotas nos EUA. O que me chama a atenção ao reler aquele documento de nosso tempo é o tom – a insolência, o ultraje, o humor que flui de cada página. É livro que ri de si mesmo, ao mesmo tempo em que zomba de Donald, dos sobrinhos, dos associados. Dá seu recado pela linguagem e por trás de sua linguagem, ainda ouço os cantos de um puebloem marcha. Traz-me de volta a monstruosidade, a enormidade da imaginação em que insiste qualquer demanda por mudança radical. Captura um sentimento que hoje falta ao nosso tempo: a certeza de que mundos alternativos são possíveis, que estão ao nosso alcance se tivermos coragem suficiente, inteligência suficiente e ousadia suficiente para assumir as rédeas de nossas próprias vidas. Para Leer Al Pato Donald era e ainda é uma celebração dessa alegria da imaginação que foi sua própria melhor recompensa e que nunca ninguém teria jamais conseguido reduzir a cinzas em Santiago ou afogar na baía de Valparaíso ou onde fosse.
É aquela alegria na libertação, aquela alegría, aquele espírito de resistência que gostaria de partilhar com os norte-americanos via o livro que os soldados de Pinochet não conseguiram liquidar, nem os advogados de Disney conseguiram banir desse país.
Agora, ele finalmente encontra a trilha para a própria terra que inventou ambos, o Pato Donald e Donald Trump. Num momento terrível, espero que seja modesto lembrete de que não temos, de modo algum, de deixar esse mundo como era quando nascemos. Mas, se pudesse, acho que mudaria o título. Que tal: Para Ler Donald Trump?*****
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Ariel Dorfman (Buenos Aires, 1942) é autor argentino-chileno-EUAmericano, romancista, dramaturgo, ensaísta, professor e ativista dos direitos humanos. Viveu dez anos da infância em New York, até que sua família foi forçaca a deixar os EUA no período da perseguição McCarthyista. Os Dorfmans chegaram ao Chile, onde Ariel viveu a adolescência e o início da idade adulta, participantes da revolução de Allende e da resistência, no Chile e no estrangeiro depois do golpe que derrubou Allende em 1973 e inaugurou a ditadura chilena. Acompanhado por seu amor da vida inteira, Angélica, com quem está casado já há mais de 50 anos, Ariel vagou pelo mundo como exilado, até estabelecer-se nos EUA, onde dá aulas de literatura e Estudos Latino-americanos na Duke University, em Durham, North Carolina, desde 1985, embora o casal mantenha uma residência no Chile, para onde viaja frequentemente. Em 2004, Ariel recebeu a cidadania norte-americana. Seus escritos cobrem praticamente todos os gêneros (peças de teatro, romances, contos, ficção, ensaios, jornalismo, peças de opinião, memórias, roteiros para televisão e cinema).
É autor de Death and the Maiden, de Darwin’s Ghosts (romance no prelo) e de um novo livro de ensaios Homeland Security Ate My Speech: Messages From the End of the World. Seu livro mais famoso, em co-autoria com Armand Mattelart, How to Read Donald Duck : Imperialist Ideology in the Disney Comic, foi publicado no Chile em *****1972 e no Brasil, em 1977, onde circulou quase como edição clandestina, naqueles anos de ditadura militar. E tornou-se texto clássico sobre imperialismo cultural.
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