quarta-feira, 12 de abril de 2017

Uma Páscoa excepcional – Yavé e Armas de Destruição em Massa, por Gilad Atzmon

10.04.2017, Gilad Atzmon



Tradução E. Silva




Poucas pessoas sabem que o gênio maligno que apresentou ao nosso universo as Armas de Destruição em Massa foi o químico judeu alemão Fritz Haber. Por seu trabalho ao serviço do Ministério da Defesa da Alemanha quando da Primeira Grande Guerra, Haber é considerado como o “pai da guerra química.” Haber foi pioneiro no uso do cloro e outros gases venenosos durante aquele conflito. Ele morreu em 1934 no caminho para a Palestina. Ele estava fazendo sua Aliá (ascensão ou elevação espiritual- o termo designa a imigração judaica para a Palestina).

Deve-se notar igualmente que um judeu ‘pacifista’, Albert Einstein, e Leo Szilard (outro físico judeu) foram os que iniciaram o Projeto Manhattan, para produzir as primeiríssimas armas nucleares. Em 1939, Einstein propôs ao presidente Roosevelt que os Estados Unidos iniciassem seu projeto de energia nuclear. Nem precisa dizer, o Projeto Manhattan tinha uma superlotação de cientistas judeus alemães, trabalhando dia e noite para construir a bomba nuclear, na esperança de provocar a destruição total da Alemanha e de seu povo, e não apenas do regime nazista.

Poucos anos depois, David Ben Gurion e Shimon Peres decidiram apresentar as Armas de Destruição em Massa ao Oriente Médio, lançando o projeto nuclear israelense e também o laboratório de guerra química e biológica no Israel Institute for Biological Research, em Nes Ziona

Cabe a pergunta: o que motivou geniais cientistas judeus seculares como Haber, Einstein, Szilard, Oppenheimer e muitos outros, não apenas a colocar seus talentos ao serviço do Mal, mas efetivamente a começar e a inventar as mais destrutivas e genocidárias armas de toda a história da humanidade? E ainda: o que motivou Ben Gurion e Peres a ameaçar todo o Oriente Médio com o Juízo Final e com a noção de ‘Opção Sansão’?


É legítimo perguntar-se: haveria algo na religião judaica que invoque um pensamento tão fatalista e genocida? A grande verdade nisso tudo é que todos os cientistas acima citados eram judeus seculares – bem distanciados do judaísmo ou do Talmude – de forma que é pouco provável que tenha sido o judaísmo rabínico o que motivou o secular Ben Gurion ou Peres a lançar o projeto nuclear israelense.

Yavé – o Deus das Armas de Destruição em Massa

Se você quiser realmente entender as possíveis raízes da fascinação cultural judaica pelas Armas de Destruição em Massa, o lugar aonde ir é provavelmente a história da Páscoa Judaica. O banquete da Páscoa judaica (seder), celebrado pelos judeus tanto seculares quanto ortodoxos, está profundamente enraizado na história das 10 pragas – as dez calamidades que, segundo o Livro do Êxodo, Yavé infligiu a inocentes egípcios, apenas para persuadir seu rei, Faraó, a deixar que os israelitas partissem. Seriam as 10 pragas simplesmente uma antiquíssima guerra com Armas de Destruição em Massa perpetrada pelo próprio Yavé?

Primeiro, Deus transformou as águas em sangue: Ex. 7:14-24

Assim diz o Senhor: “Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as águas que estão no rio, e tornar-se-ão em sangue.
E os peixes, que estão no rio, morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios terão nojo de beber da água do rio.”

Depois, Deus infligiu a pobres inocentes egípcios um ataque de rãs: Ex. 8:1-8:5

Depois disse o SENHOR a Moisés: “Vai a Faraó e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
E se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos.
E o rio criará rãs, que subirão e virão à tua casa, e ao teu dormitório, e sobre a tua cama, e às casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e às tuas amassadeiras.
E as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre todos os teus servos.”

O terceiro ataque biológico Divino foi com piolhos: Ex 8:16

 “Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara, e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito.”

O quarto ataque foi lançar criaturas selvagens ao ataque contra pessoas e rebanhos.

O Quinto ataque foi fazer com que os rebanhos sucumbissem por doenças. Depois o Deus bíblico das Armas de Destruição em Massa atacou os pobres egípcios e seu gado com tumores e úlceras, numa versão primeva de gás mostarda, creio.

Quando nada disso deu certo, Deus infligiu ao Egito uma mudança climática.

A sétima praga foi uma tempestade de granizo.

Depois vieram os gafanhotos e, como isso não ajudou muito, Deus simplesmente apagou as luzes por três dias.

Finalmente, o Deus judeu perdeu a paciência e decidiu assassinar cada primogênito do Reino.

Assim sendo, Yavé não é exatamente um deus amável. Na verdade, ele é um ser genocida, que não teria a menor chance de sobreviver a uma visita à Haia – nem mesmo o próprio Alan Dershowitz poderia safá-lo desta.


Como já disse, a história das Pragas do Egito é celebrada por muitos judeus e não apenas pelos judeus religiosos. Os judeus veem a Páscoa como um festival de liberação, que até mesmo o mais secular dos judeus ama celebrar. Mas, na prática, esse alegre festival celebra uma guerra cruel contra uma população civil inocente.

A história da Páscoa deixa sem resposta algumas importantes questões éticas e teológicas. Se o todo poderoso Deus dos judeus é tão onipotente, por que ele não simplesmente abrandou o coração do Faraó em relação aos judeus? Ou por que ele não puniu simplesmente o soberano? Por que o Deus dos judeus preferiu lançar-se a tais aventuras assassinas contra inocentes egípcios?

A descrição acima do Deus do Antigo Testamento nos lega perturbadoras questões filosóficas. Se foram os antigos israelitas os que inventaram esse Deus, um Deus que os escolheu acima de todos os outros povos, por que não o fizeram  um pouco mais gentil? Por que ele teve de ser tão vingativo, e até tão genocida?

Einstein, Oppenheimer, Fritz Haber, Ben Gurion and Shimon Peres eram judeus seculares. Eles não seguiam o Talmude nem guardavam o sábado, todavia, como o próprio Deus do Antigo Testamento, eles provavelmente acreditaram que a destruição em massa era simplesmente o caminho kosher, o caminho certo.

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