quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Batalhas no Iraque e na Síria: Atualização

12/11/2015, Moon of Alabama



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

(Perdoem a ausência de mapas, mas estou com tempo limitado.)
A luta contra os terroristas islamistas no Iraque e Síria avançou rapidamente hoje. O apoio aéreo dos EUA no Iraque e da Rússia na Síria permitiu importantes avanços de várias forças de solo, que conquistaram áreas consideráveis.

A Rússia continua a construir seus arsenais na Síria e pode em breve introduzir novos itens de solo e aéreos.

Depois de vários dias de preparação, pelos bombardeios norte-americanos, 7 mil forças curdas e Yezidi atacaram hoje o Estado Islâmico a partir das montanhas Sinjar para o sul, na direção da cidade de Sinjar. Sinjar está a cerca de 50 km a leste da fronteira entre Síria e Iraque. Logo ao sul da cidade está a importante Rodovia 47, principal artéria de transporte entre Mosul no Iraque e Raqqa na Síria.



Os atacantes tiveram apoio em solo dos Controladores Avançados de Voo dos EUA, que indicaram os pontos exatos a atacar, em cada ataque. A operação foi bem-sucedida em menos tempo do que se esperava. A cidade está cercada por forças Peshmerga e dos YPG e amplo trecho da rodovia está agora sob controle dos curdos. As primeiras unidades já estão entrando na cidade. Agora, o maior problema são atiradores escondidos nos prédios, minas e explosivos em geral, e essa fase mais sangrenta da tomada da cidade demorará algum tempo. 


Devem-se esperar contra-ataques na rodovia, mas não serão bem-sucedidos em campo aberto, desde que a força aérea dos EUA mantenha o apoio aos curdos.

Na Síria, o progresso foi ainda maior. Depois de libertar o aeroporto e a base de Queires, a leste de Aleppo, que permanecia ocupada por terroristas, hoje foi tomada maior quantidade de terreno em torno da base/aeroporto. O plano parece ser assumir o controle da área entre o aeroporto, a leste de Aleppo, que foi libertada pelo sul, e a cidade de Aleppo, no oeste. A usina termoelétrica a meio caminho entre o aeroporto e a cidade, foi retomada hoje pelas forças sírias. O aeroporto será reabilitado, o que permitirá apoio rápido, de curta distância, para todas as futuras operações entre Aleppo e a fronteira turca.
A sudoeste de Aleppo, avançou rapidamente a bem-sucedida campanha rumo à estrada entre Aleppo, rumo sul, para Idleb, Hama, Homs e Damasco. 

A cidade de Al-Hadher, que estava sob controle da Frente al-Nusra/al-Qaeda, foi retomada, em operação surpreendentemente rápida, e o assalto prosseguiu rapidamente rumo a oeste, em direção à estrada, com a captura de Al-Eis. A estrada, agora a apenas 2 km de distância, ainda está sob controle das gangues da al-Qaeda/Exército Sírio Livre e é importante via de ressuprimento a partir da Turquia, até outras áreas ocupadas pela al-Qaeda mais ao sul.

A leste de Damaco, um aeroporto militar Marj Al-Sultan, que estava em mãos de Jaysh al-Islam foi retomado por forças do governo sírio, depois de preparações aéreas. Foi então estabelecido um cordão em torno da área de Ghouta-leste, antes sob controle dos terroristas, pela primeira vez em três anos de guerra. Ghouta-leste é usada pelos terroristas para disparar morteiros e foguetes contra Damasco. A área está agora cercada, e no momento certo será limpa.

Já há imagens de novas armas russas em Latakia junto à costa mediterrânea. Pela primeira vez há notícias (não confirmadas), de que um tanque de combate T-90 teria sido avistado na Síria. É o mais moderno modelo russo de tanque em serviço, e receberá tripulação russa. O tanque pode pertencer a alguma nova unidade russa ativada em campo. No aeroporto militar russo em Latakia foram vistos(confirmadamente) um radar 96L6 para bateria de mísseis de defesa do sistema S-300PMU2 ou S-400. As tropas russas já não dependerão da cobertura aérea com base no mar, que lhe dava o míssil cruzador Moskva. 

Agora as tropas russas já contam com defesa antiaérea móvel, de grande alcance (300-400 km) com base em terra. Esse equipamento pode ser facilmente movido para maior profundidade em terra, para, sendo necessário, cobrir todo o oeste da Síria. 

A Rússia trabalha para aumentar o número de missões aéreas por dia, e está equipando um aeroporto adicional. Espera-se para breve a chegada de mais aviões e helicópteros.
Três Um ataque suicida na área xiita de Ayn al-Sikkeh no sul de Beirute, no Líbano, matou pelo menos 25 37 civis e feriu cerca de 100 180.Depois de divulgado que teria sido ataque terrorista da al-Qaeda, como vingança pela ação de apoio do Hizbullah ao governo sírio O ISIS-ISIL-Daesh-Estado Islâmico declarou-se autor do atentado.

Toda a estratégia oficial dos EUA na Síria dependia da 'ação' de um unicórnio: 

– um Exército Sírio Livre de sírios seculares, que teria o apoio político de um grupo de exilados que criariam o novo governo sírio.

O que resta dos criminosos que constituíam esse exército unicórnio já está desertando. O atual chefe dos exilados de restaurantes de hotéis caros e "Governador Interino da Síria" Ahmad Tameh, entrou hoje na Síria, vindo da Turquia, para fazer de conta que estabelecia 'um governo'. Os insurgentes da Frente Levante Islamista na Síria mandaram-no passear, e o homem teve de fugir de volta para a Turquia.

A estratégia oficial dos EUA no Iraque foi construir uma força sunita para assumir o comando e derrotar o Estado Islâmico. Acontece que os líderes potenciais dessa tal Força "Despertar de Anbar" [referência ao Anbar-Awakening[1]] versão 2.0 foram mortos peloISIL/ISIS/Daesh/Estado Islâmico ou já não têm vontade nenhuma de assumir missão assim tão arriscada. 

Só as forças que apoiam governo e Estado – no Iraque, como na Síria – têm meios para recuperar territórios tomados pelos terroristas doISIL/ISIS/Daesh/Estado Islâmico ou por outras formações terroristas. *****




[1] Referência ao que Obama anunciou em West Point, em dezembro de 2009: "É de nosso vital interesse nacional enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão (...) para construir capacidade afegã que permita transição responsável de nossas forças para fora do Afeganistão (...). Temos de fortalecer a capacidade das forças de segurança e do governo afegãos para que possam, eles mesmos, assumir a responsabilidade pelo futuro do Afeganistão. (...) Apoiaremos os esforços do governo afegão para abrir as portas aos Talibã que renunciem à violência".