17/8/2018, Moon of Alabama
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
O presidente Trump dos EUA revogou a credencial especial que garantia passe livre em todos os departamentos e setores da mais alta inteligência dos EUA ao ex-diretor da CIA John Brennan.
À parte o fato de que não há o que justifique que alguém que deixou de trabalhar para o governo, direta ou indiretamente, conserve aquela credencial e, assim, continue a ter acesso a segredos de Estado. Nisso a União Americana pelas Liberdades Civis [ing. ACLU] está errada.
Revogar ou manter uma credencial de segurança nada tem a ver com livre manifestação do pensamento nem com direitos garantidos pela 1ª Emenda.
Abu Jihad Brennan era chefe do escritório da CIA na Arábia Saudita, quando as Torres Khobar foram bombardeadas. Al-Qaeda bombardeou as torres, mas Brennan ajudou muito, ao atribuir a culpa pelo ataque ao Irã e ao Hizbullah. Era vice-diretor executivo da CIA dia 11/9. Os eventos daquele 11/9 foram ou fracasso vergonhoso da inteligência, ou, como alguns aventaram, foi ação montada pelo estado profundo. Brennan era diretor da CIA quando a agência encenou aquele amontoado de mentiras sobre armas de destruição em massa no Iraque. Estava na linha de comando que montou e operou o programa de torturas da CIA. Foi Brennan quem conspirou com os ditadores do Golfo para contratar jihadistas para destruirem a Líbia e para tentarem fazer o mesmo na Síria. Para encurtar a história: é homem que sempre foi cruel, incompetente e desonesto.
Quando Obama chegou à presidência, quis pôr Brennan na direção geral da CIA. Os Democratas no Congresso opuseram-se. Então, Obama fez dele seu supremo sacerdote das 'listas de matar' e assassinatos premeditados. Depois da reeleição de Obama, Brennan afinal ganhou o trono de diretor. Ordenou que a CIA espionasse a Comissão do Congresso que investigava o programa de torturas da CIA. Mentiu ao Congresso em depoimento sob juramento, o que implica crime de perjúrio, ao negar que algum dia acontecera o que ainda acontecia. Quando ficou afinal provado que a CIA fizera o que fez, foi obrigado a pedir desculpas. Naquele momento, o jornal Washington Post publicou editorial intitulado Obama deve demitir John Brennan.
Pois hoje o mesmo Post chama a revogação da credencial de segurança de um ex-funcionário cuja demissão o mesmo jornal exigiu há anos, de "vendetta política contra um funcionário de carreira da inteligência dos EUA".
Mais importante foi "o papel de abre-alas de Brennan, na tentativa, até aqui ainda falhada, de derrubar Trump, seja antes seja depois da eleição de 2016." Tanto quanto se pode ver, foi Brennan quem armou e disparou a conspiração para insinuar que Trump seria ligado à tal suposta 'intervenção' dos russos na eleição. Brennan apostou tudo na vitória de Hillary Clinton. Perdeu a aposta e agora está sendo largado no frio. E teme que o que fez, especialmente na conexão com os serviços britânicos de inteligência e no dossiê Steele, venha à luz.
Desde a posse de Trump, Brennan faz-lhe oposição declarada e pública. Terrível erro. Trump é muito melhor que Brennan.
Ao revogar a credencial de Brennan, Trump o está elevando à categoria de 'herói' da chamada 'resistência' contra ele, que Trump conecta ao estado profundo. Eis o manual de Trump:
Concorrer contra o estado profundo dá a Trump uma vantagem retórica. E já vem com desculpa incorporada, por não cumprir suas promessas de campanha. Presidentes muitas vezes concorreram a reeleição, expostos no cargo. Trump pode tentar concorrer à reeleição como outsider. E nã há melhor judas-a-ser-malhado pelos crimes do estado profundo que Brennan.
Os idiotas que expressam solidariedade a Brennan, devolvendo as respectivas credenciais especiais confirmam, com o gesto, que realmente existe uma gangue do estado profundo que se opõe a Trump. Atacar Brennan e aquela gangue ajudará Trump a conseguir a reeleição.
Trump usa o mesmo manual quando ataca a "mídia das feiquenuis" por fazer-lhe oposição. Acerta na acusação de que praticamente todos os editores de EUA e de redações internacionais em todas as empresas jornalísticas favoreceram Hillary Clinton contra Trump. Essa semana, 200 jornais norte-americanos uniram-se para escrever editoriais contra Trump, por ataques "contra a liberdade de imprensa". Caíram na arapuca de Trump:
Muitos jornalistas concordam que há grande necessidade de respostas aos escritos de Trump. Escrevi o meu quinhão. Mas essa resposta coordenada em editoriais organizada pelo [Boston] Globe com certeza sairá pela culatra: Dará a Trump provas circunstanciais de que, sim, há uma gangue 'jornalística' montada exclusivamente para fazer-lhe oposição. Quando os editoriais estiverem na rua, na 5ª-feira, todos repetindo exatamente o mesmo script, Trump colherá material novo suficiente para atacar a 'mídia' no mínimo durante um mês. Seus próximos discursos praticamente já estão redigidos: "Ao organizar-se em colusão contra mim, a mídia de feiquenuis provou mais uma vez, e para todos, que está mancomunada com os Democratas e autodeclarou-se a verdadeira oposição política contra o presidente eleito."
Trump é excelente quando se trata de manobrar seus opositores domésticos. Brennan cometeu erro terrível ao se opor publicamente a ele. Brennan se pôs sob os holofotes, e as pessoas rapidamente se interessarão por cavar mais e mais para descobrir os podres do papel dele na campanha da "colusão russa". Ontem, Brennan publicou coluna assinada no New York Times, intitulada Alegações do presidente Trump, de que não houve colusão, não passam de encenação mambembe. Não oferece prova alguma de qualquer "encenação mambembe". E não apresenta, porque não encontrou, prova alguma de que Trump tenha cometido algum crime de colusão durante a campanha, com russos ou com quem fosse.
Richard Burr, presidente da Comissão de Inteligência do Senado, respondeu resposta apimemtada e bastante adequada:
“Recentes declarações do diretor Brennan assumem como fato que tenha havido colusão entre a campanha de Trump e uma potência estrangeira. Se as declarações do diretor Brennan têm fundamento em inteligência que ele tenha recebido quando comandava a CIA, por que não a incluiu na Avaliação da Comunidade de Inteligência de 2017? Se suas palavras baseiam-se em inteligência que tenha recebido depois de deixar a Agência, estamos diante de grave quebra na segurança da inteligência. Se tem qualquer outro tipo de informação pessoal, ou prova de algum tipo de colusão, deve apresentá-la ao Conselho Especial, não ao The New York Times.
“Se, contudo, as palavras do diretor Brennan têm objetivo exclusivamente político e não passam de conjecturas, o presidente, como chefe do Executivo, tem plena autoridade para revogar sua credencial de segurança.”
Em resumo: “Seja homem, ou cale o bico.”
Duvido que Trump deixe barato. Brennan é alvo gordo demais, para que o presidente desista de atirar contra ele. Hoje, Brennan ainda é inimigo valioso demais para que Trump o destrua rapidamente. Mas o dia chegará. Aqui residem altas esperanças de que Brennan, finalmente, tenha de pagar por pelo menos um de seus muitos crimes.*******
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