15/6/2018, F. William Engdahl, New Eastern Outlook, NEO
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Entreouvido na Vila Vudu:
Inscreve-se nesse quadro o golpe no Brasil-2016 – quando a CIA, operando com políticos-empresários corruptos do 'agronegócio', das 'comunicações', da Bíblia e das finanças de São Paulo e Rio de Janeiro e do crime organizado estabelecido no Congresso-BR, derrubou governo democrático eleito; e em seguida meteu na cadeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato preferido dos eleitores em todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições desse ano. Lula jamais cometeu qualquer crime, mas jamais desistiu de combater a brutal desigualdade social – desigualdade que, hoje, até o FMI está obrigado a dizer que combate!
Problema, aí, é o seguinte: a CIA e seus políticos-empresários alugados têm muito mais medo de governos populares igualitaristas – que chamam em tom de desprezo de "populistas", como se ser popular fosse crime –, do que temem governos soberanistas.
O governo democrático do Brasil que a CIA derrubou sequer era soberanista no sentido bélico da disputa. No máximo, em matéria de soberanismo, era governo bolivariano, quer dizer, queria a integração latino-americana. Nosso governo Lula-Dilma não foi derrubado por ser bolivariano.
Nosso governo Lula-Dilma foi derrubado porque era igualitarista – simplesmente popular igualitarista; de fato, apenas muito docemente popular igualitarista, como Lula nunca negou, escreveu e assinou na "Carta ao povo brasileiro", em 2002.
Mas governos populares igualitaristas sejam como forem, até os mais doces, quando prosperam, estabelecem-se e criam condições objetivas efetivas para se manterem no poder. Se conseguem, pode acontecer de se tornarem cada vez mais igualitaristas e +homogeneamente bem-sucedidos e, por isso, cada vez mais elegíveis... O que pode ajudar a demonstrar – pelo menos no plano lógico-teórico libertário otimista – que democracia que realmente vise a se reproduzir democraticamente, com vistas sempre a mais ampla democratização, sempre tende ao igualitarismo.
Diferentes de governos soberanistas – que podem ser 'disciplinados' à bomba e à bala ou com Hollywood e televisão, universidades liberais e uma gangue de bispos de imbecilizamento por TV –, governos igualitaristas bem-sucedidos são praticamente invencíveis ou, no mínimo, não se deixam explorar tão facilmente, nem se deixam derrubar sem resistência.
Sem conhecer o estado terminal em que está hoje o 'sistema atlântico' que gravita em torno do EUA-dólar e do assalto às periferias do planeta, a favor 'do centro', não se pode compreender suficientemente:
(a) a ameaça existencial que as democracias nacionais igualitaristas impõem, em tese, a todo o sistema de exploração global atlanticista que gira em torno dos EUA; nem
(b) a ameaça existencial que um governo democrático igualitarista no Brasil (praticamente 'uma China' implantada no quintal dos EUA) impõe, muito concreta e diretamente, ao tal 'sistema atlântico'.
Em liquidação terminal, os EUA e seus financistas sionistas puseram-se a atirar para o lado da América Latina (depois, claro, de terem destruído parte considerável do Oriente Médio, mas não todo o Oriente Médio).
Os demais (B)RICS defenderam-se adequadamente. A Síria derrotou o 'ocidente' em armas, com luxuoso auxílio dos russos. A Venezuela bolivariana resiste, com auxílio luxuoso de russos e chineses. E os iranianos não são "liberais como Allende e Mossadegh, que a CIA derruba quando quer", como disse o aiatolá Ali Khamenei, hoje supremo líder do Irã, durante a crise dos reféns em 1979, mas vale até hoje, 39 anos depois.
Nesse contexto sobraram Brasil, Argentina, Colômbia, cujos governos, mesmo quando aconteça de serem mais igualitaristas, ainda são liberais do tipo que "a CIA derruba quando quer". Então, hoje, o estado norte-americano e seus financistas sionistas dedicam-se a tentar destruir o Brasil, como destruíram a Palestina, a África, o Iraque, a Líbia, o Iêmen... E como também já destruíram, como se lê bem explicado, adiante, também os próprios EUA!
Afinal, os EUA foram país de imigrantes, potencialmente igualitarista, pelo menos em tese, na origem. Foram. Até serem desgraçados pelo soberanismo hegemonista ensandecido dos sionistas que ocuparam o bas-fond do fundo do poço do esgoto do estado profundo dos EUA, para onde trouxeram a grana roubada de europeus brancos pobres (judeus, ciganos e outros pobres), grana que foi pra Wall Street e prôs cassinos e virou bancos e 'empresas de comunicação' os quais, juntos, partiram pra inventar Israel. Ao sistema assim criado e que começa agora a ruir, chama-se "Sistema Atlântico".
Nesse ponto estamos hoje. Segue a luta.
Inscreve-se nesse quadro o golpe no Brasil-2016 – quando a CIA, operando com políticos-empresários corruptos do 'agronegócio', das 'comunicações', da Bíblia e das finanças de São Paulo e Rio de Janeiro e do crime organizado estabelecido no Congresso-BR, derrubou governo democrático eleito; e em seguida meteu na cadeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato preferido dos eleitores em todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições desse ano. Lula jamais cometeu qualquer crime, mas jamais desistiu de combater a brutal desigualdade social – desigualdade que, hoje, até o FMI está obrigado a dizer que combate!
Problema, aí, é o seguinte: a CIA e seus políticos-empresários alugados têm muito mais medo de governos populares igualitaristas – que chamam em tom de desprezo de "populistas", como se ser popular fosse crime –, do que temem governos soberanistas.
O governo democrático do Brasil que a CIA derrubou sequer era soberanista no sentido bélico da disputa. No máximo, em matéria de soberanismo, era governo bolivariano, quer dizer, queria a integração latino-americana. Nosso governo Lula-Dilma não foi derrubado por ser bolivariano.
Nosso governo Lula-Dilma foi derrubado porque era igualitarista – simplesmente popular igualitarista; de fato, apenas muito docemente popular igualitarista, como Lula nunca negou, escreveu e assinou na "Carta ao povo brasileiro", em 2002.
Mas governos populares igualitaristas sejam como forem, até os mais doces, quando prosperam, estabelecem-se e criam condições objetivas efetivas para se manterem no poder. Se conseguem, pode acontecer de se tornarem cada vez mais igualitaristas e +homogeneamente bem-sucedidos e, por isso, cada vez mais elegíveis... O que pode ajudar a demonstrar – pelo menos no plano lógico-teórico libertário otimista – que democracia que realmente vise a se reproduzir democraticamente, com vistas sempre a mais ampla democratização, sempre tende ao igualitarismo.
Diferentes de governos soberanistas – que podem ser 'disciplinados' à bomba e à bala ou com Hollywood e televisão, universidades liberais e uma gangue de bispos de imbecilizamento por TV –, governos igualitaristas bem-sucedidos são praticamente invencíveis ou, no mínimo, não se deixam explorar tão facilmente, nem se deixam derrubar sem resistência.
Sem conhecer o estado terminal em que está hoje o 'sistema atlântico' que gravita em torno do EUA-dólar e do assalto às periferias do planeta, a favor 'do centro', não se pode compreender suficientemente:
(a) a ameaça existencial que as democracias nacionais igualitaristas impõem, em tese, a todo o sistema de exploração global atlanticista que gira em torno dos EUA; nem
(b) a ameaça existencial que um governo democrático igualitarista no Brasil (praticamente 'uma China' implantada no quintal dos EUA) impõe, muito concreta e diretamente, ao tal 'sistema atlântico'.
Em liquidação terminal, os EUA e seus financistas sionistas puseram-se a atirar para o lado da América Latina (depois, claro, de terem destruído parte considerável do Oriente Médio, mas não todo o Oriente Médio).
Os demais (B)RICS defenderam-se adequadamente. A Síria derrotou o 'ocidente' em armas, com luxuoso auxílio dos russos. A Venezuela bolivariana resiste, com auxílio luxuoso de russos e chineses. E os iranianos não são "liberais como Allende e Mossadegh, que a CIA derruba quando quer", como disse o aiatolá Ali Khamenei, hoje supremo líder do Irã, durante a crise dos reféns em 1979, mas vale até hoje, 39 anos depois.
Nesse contexto sobraram Brasil, Argentina, Colômbia, cujos governos, mesmo quando aconteça de serem mais igualitaristas, ainda são liberais do tipo que "a CIA derruba quando quer". Então, hoje, o estado norte-americano e seus financistas sionistas dedicam-se a tentar destruir o Brasil, como destruíram a Palestina, a África, o Iraque, a Líbia, o Iêmen... E como também já destruíram, como se lê bem explicado, adiante, também os próprios EUA!
Afinal, os EUA foram país de imigrantes, potencialmente igualitarista, pelo menos em tese, na origem. Foram. Até serem desgraçados pelo soberanismo hegemonista ensandecido dos sionistas que ocuparam o bas-fond do fundo do poço do esgoto do estado profundo dos EUA, para onde trouxeram a grana roubada de europeus brancos pobres (judeus, ciganos e outros pobres), grana que foi pra Wall Street e prôs cassinos e virou bancos e 'empresas de comunicação' os quais, juntos, partiram pra inventar Israel. Ao sistema assim criado e que começa agora a ruir, chama-se "Sistema Atlântico".
Nesse ponto estamos hoje. Segue a luta.
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Os eventos do mundo em dias recentes são muito mais significativos do que a divisão que todos veem no bloco das nações industrializadas, G7. Se imaginamos o planeta como um campo gigante de força elétrica, as linhas do fluxo estão em processo dramático de reordenação, com o sistema global pós-1945 baseado no dólar já entrado numa caótica fase final. As elites políticas da Europa estão hoje divididas entre a racionalidade e a irracionalidade. Os desenvolvimentos para o oriente contudo acumulam cada vez mais e mais força, e estamos assistindo às fases iniciais do que se pode descrever como uma reversão da polaridade geopolítica dentro da União Europeia, do Ocidente para o Oriente. Os desenvolvimentos mais recentes na Eurásia, incluindo Oriente Médio, Irã e principalmente entre Rússia e China estão ganhando importância – e Washington só oferece guerra, seja guerra comercial, guerra de sanções, guerra de terror ou guerra cinética.